Editorial
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Abstract
A Igreja latino-americana ao recepcionar o Concílio Vaticano II, com muita originalidade, mostrou para outras Igrejas como é possível ser fiel ao anúncio do reino de Deus a partir do discernimento dos sinais dos tempos presentes nas diferentes realidades históricas (GS 4).
Esse esforço de recepção das decisões e das orientações conciliares se fez presente na caminhada da igreja latino-americana tanto na práxis pastoral como também no exercício de colegialidade muito presente no pós-Concílio. As conferências do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano) foram acontecimentos que expressaram a acolhida à renovação desencadeada nas diferentes dioceses e o exercício de colegialidade. O testemunho do reino de Deus, razão de ser da Igreja, exige fidelidade à tradição e fidelidade à pessoa humana e às diferentes realidades históricas.
A III Conferência do Episcopado Latino-Americano realizada na cidade de Puebla, México, em 1979, insere-se nessa caminhada. O documento final mostra que, nessa conferência, estavam presentes as inspirações conciliares, os desafios da realidade latino-americana e as tentativas por parte de setores da Cúria Romana de exercer o controle sobre as decisões dos bispos. O documento final, apesar de algumas limitações, conseguiu expressar os dois rios que irrigaram a conferência: o Concílio e a caminhada da Igreja latino-americana.
Aos cinquenta anos da Conferência de Puebla, a apresente edição da ESPAÇOS- Revista de Teologia e Cultura expressa a convicção de que muitas intuições em seu documento ainda têm atualidade e necessitam ser compreendidas e resgatadas.